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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ações de empresas na Bovespa perdem R$ 179 bi em setembro

Vale puxa queda no valor de mercado das companhias; Bolsa de São Paulo é o pior investimento do mês

Giuliana Vallone, do estadao.com.br

SÃO PAULO - O valor de mercado das empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou perda de R$ 179,424 bilhões em setembro. Segundo a consultoria Economatica, das 336 companhias que fazem parte dos índices da Bolsa, 285 tiveram queda nos preços de suas ações no mês, prejudicadas pelo agravamento na crise financeira.

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A Bovespa fechou o mês em queda acumulada de 11,03%, influenciada pela deterioração do cenário externo causada pelos problemas no mercado de crédito nos Estados Unidos. Nem a alta de 7,63% no último pregão de setembro impediu que a baixa acumulada passasse dos 10%.

A queda no valor das ações de empresas brasileiras foi puxada pela Vale, que perdeu R$ 33,139 bilhões no período de 30 dias. Em seguida, veio a Gerdau, com perda de R$ 12,4 bilhões, e a Siderúrgica Nacional, com - R$ 12,119 bilhões. As ações da própria Bolsa - BM&F Bovespa - perderam R$ 8,05 bilhões no período, ocupando o quinto lugar do ranking.

Já a Petrobras, que teve US$ 117 bilhões subtraídos do preço de suas ações entre maio e o o início deste mês, ficou na 27ª posição, tendo registrado perdas de R$ 1,492 bilhões no seu valor de mercado em setembro.

Investimentos

No ranking de investimentos do mês, a queda de 11,03% acumulada no mês levou o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) a registrar o pior desempenho desde abril de 2004 e a ficar na lanterninha. Com a crise financeira, o ouro assumiu a liderança da lista, com alta de 22,5% no mês, a maior do metal desde janeiro de 1999, quando o Brasil passou por uma dura crise cambial.

O dólar comercial e o paralelo também tiveram forte alta em setembro, de 16,47% e 13,26%, respectivamente.

Entenda o índice Ibovespa

Para facilitar a compreensão do investidor sobre o comportamento do mercado acionário, as bolsas de valores são representadas por índices, que reúnem um grupo de ações e indicam se aqueles papéis subiram ou caíram, em média. Esses índices são determinados em pontos, e a mudança na pontuação serve para calcular a variação média da bolsa naquele dia. Por isso, sempre que o investidor ler notícias do mercado acionário, encontrará a informação sobre quanto a bolsa variou e para qual pontuação.

A metodologia de cálculo do índice varia para cada bolsa, assim como a composição. O Ibovespa é o melhor indicador do desempenho médio das ações no mercado brasileiro, pois reúne os papéis que representam mais de 80% do volume negociado na bolsa. A pontuação do índice representa o valor atual, em moeda corrente, dessa carteira de ações.

A pontuação considera a variação do preço das ações e o impacto da distribuição de proventos, que costumam ser descontados do valor do papel. Esses proventos podem ser dividendos, quando a empresa distribui parte do lucro aos acionistas, ou bonificações, quando a empresa distribui o resultado por meio da emissão de ações, que são entregues gratuitamente aos acionistas, de forma proporcional. Para facilitar a divulgação do índice, ao longo dos anos a pontuação foi dividida por 10, sem interferir no cálculo.

A Bolsa de Valores de São Paulo é responsável por calcular o Ibovespa em tempo real, tomando como base o preço dos negócios efetuados no mercado à vista com as ações da carteira. Essa carteira teórica, ou o grupo de ações que compõe o Ibovespa, é divulgada a cada quatro meses. Cada ação que compõe o Ibovespa tem um peso diferente, que está relacionado ao quanto essa ação tem representatividade na negociação do mercado. O Ibovespa é a soma dos pesos de todas as ações que o integram.

Com a carteira formada, o índice de cada ação é ajustado para se obter a participação de cada papel, tendo como base 100 pontos. Por exemplo, uma ação tem peso de 32,08, outra de 25,14 e assim por diante, até chegar à soma de 100 pontos. Feito isso, cada uma dessas participações é multiplicada pela pontuação do Ibovespa no dia anterior, por exemplo, 10.000 pontos, e cada nova participação é dividida pela cotação de cada papel no fechamento do pregão anterior.

Com isso, a Bovespa obtém a quantidade teórica de cada papel. A partir daquele dia, para saber a variação do índice Ibovespa, essa quantidade teórica é multiplicada pela cotação da ação e as pontuações são somadas, por exemplo, chegando a 10.052 pontos. Com isso, o Ibovespa subiu 0,52%, mesmo que algumas ações da carteira tenham caído ou subido mais.

Estadão

30 de setembro de 2.008

http://www.estadao.com.br/economia/not_eco251118,0.htm


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