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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Panorama da saúde pública no Brasil

20/05/2011
Agência FAPESP – A revista médica britânica The Lancet publicou uma série de artigos que tratam com detalhes os diversos setores da saúde pública do Brasil. A série, intitulada "A saúde dos brasileiros", faz uma ampla revisão de documentos existentes sobre a saúde e a assistência médica da população e foi publicada em português e em inglês.
Produzido por uma equipe de 29 especialistas brasileiros em saúde pública, o conjunto de artigos descreve a história da assistência médica no Brasil, buscando dar ênfase ao Sistema Único de Saúde (SUS), implantado em 1988.
De acordo com o documento, melhoras significativas ocorreram desde então. "O principal sucesso é o fato de que toda a população pode ter acesso à saúde pública, o que não é comum em países como o Brasil", afirmou o epidemiologista e professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Cesar Victora.
Os outros acadêmicos que coordenaram a publicação foram o médico epidemiologista e sanitarista e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Mauricio Lima Barreto; a médica epidemiologista e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Maria Inês Schmidt; e o médico especialista em medicina preventiva, saúde pública e nutrição humana e professor da Universidade de São Paulo (USP) Carlos Augusto Monteiro.
O documento apresentou alguns dados positivos para o país. Entre eles, a redução significativa da mortalidade causada pela doença de Chagas, esquistossomose, diarreia infantil, cólera e Aids. Porém, avalia que a estratégia de redução de mortalidade ainda precisa ser aprimorada, sobretudo em municípios de pequeno e médio porte.
As campanhas de vacinação também foram avaliadas como muito bem sucedidas, apontando o país como um exemplo nesse aspecto. O estudo também mostrou que o Brasil tem melhorado o controle das doenças infecciosas em geral.
No entanto, o estudo também ressalta dados negativos da saúde pública brasileira, como a falta de controle da dengue e da leishmaniose. Segundo o documento, "o cenário para o controle da dengue não é estimulante".
Outras constatações do estudo foram o alto número de abortos ilegais e a hipermedicalização dos partos, que comprometem a saúde das mães.
O estudo também menciona o avanço da obesidade e das doenças que se relacionam a ela, bem como o alto número de mortes violentas, por crimes ou acidentes.
De acordo com a publicação, ainda é necessário que o governo amplie gastos na área da saúde, melhore a infraestrutura para reduzir a dependência de serviços privados e aumente o controle de propagandas de alimentos infantis, tabaco, açúcar e outros produtos prejudiciais.
O texto sugere a promoção de ações em conjunto com os trabalhadores de saúde, universidades, instituições de pesquisa e formação, setor privado e sociedade civil. Com a participação ativa destes atores, segundo o documento, seria possível estender o direito à saúde para toda a população brasileira.
O documento pode ser acessado em www.abc.org.br/IMG/pdf/doc-574.pdf

domingo, 15 de maio de 2011

Padronização não evita alta das tarifas bancárias

O Estado de S.Paulo
As tarifas bancárias aumentaram em média 30% nos últimos três anos, contra uma inflação de 18%, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Isso mostra que não tem sido satisfatório o resultado da padronização das tarifas, imposta pelo Banco Central (BC) para que os clientes possam compará-las mais facilmente, acirrando a competição entre os bancos.
O pacote básico que o Idec montou compara a cobrança pelos serviços nos sete maiores bancos do País (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, CEF, Santander, HSBC e Banrisul) entre abril de 2008 e o mês passado. Cinco bancos aumentaram os preços acima da inflação - e o que mais aumentou foi o Santander (124%). Apenas um reajustou as tarifas abaixo da inflação (16%, no Itaú) e um não aumentou as tarifas (Banco do Brasil).
Já as receitas dos bancos com todas as tarifas cresceram, no mesmo período, em várias instituições. A CEF as elevou em 83%; o Santander, em 46%; e o Bradesco, em 37%.
Em abril de 2008, preocupado com as reclamações, o BC definiu uma nomenclatura para todos os serviços e um pacote mínimo, com itens "essenciais", como o fornecimento de cartão de débito; quatro saques mensais no caixa da agência ou em caixa eletrônico; duas transferências mensais de recursos entre contas do mesmo banco; dois extratos por mês; uso do internet banking; compensação de cheques; e fornecimento mensal de até dez folhas de cheques. Mas, segundo o Idec, as instituições passaram a incluir serviços que não existiam quando o BC interveio, e pelos quais os clientes têm de pagar, quer precisem, quer não precisem do serviço.
O aumento do custo dos serviços é reconhecido pelos bancos, tanto que um diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), André Luiz Lopes Santos, elogiou o trabalho do Idec e admitiu que falta informação. A Febraban tem um site (Star) onde é possível acompanhar as tarifas.
O que é certo é que os clientes não estão satisfeitos com o aumento de tarifas, pois houve 1.406 queixas, entre abril de 2009 e março de 2010, e 1.553, nos 12 meses seguintes (+10%).
Os serviços bancários são essenciais e cabe evitar dúvidas sobre o que os clientes precisam e os bancos querem vender. Quanto mais porque há milhões de pessoas que só recentemente passaram a usar os serviços bancários.
Não há justificativa para elevar substancialmente receitas e lucros, à custa de correntistas - famílias e empresas - que não podem prescindir dos serviços dos bancos.

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