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domingo, 12 de outubro de 2008

A queda do petróleo assusta a Opep

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) marcou uma reunião extraordinária para 18 de novembro, em Viena, para discutir o impacto da crise mundial sobre o mercado da commodity. O pano de fundo é uma redução da oferta para conter o declínio de preços, que saíram do pico de US$ 145 o barril do tipo WTI, em julho, para US$ 115 em agosto, US$ 100 em setembro e chegaram a menos de US$ 80 sexta-feira, em Nova York. Se é improvável um corte efetivo na oferta, é certo que o poder da Opep diminuiu com a crise.

Símbolo da euforia das commodities, o petróleo tornou-se agora uma das principais vítimas da reversão, com queda de 45% em 90 dias. Mas seus preços ainda superam os de janeiro de 2007 e 2006, de US$ 72 e US$ 66, respectivamente.

Alguns produtores, como a Venezuela, onde o petróleo representa 75% das exportações e 40% das receitas orçamentárias, mostram desespero. Segundo analistas privados, se os preços ficarem em US$ 80 o barril, a situação venezuelana será insustentável, pois a demanda interna depende dos gastos públicos. As importações triplicaram, em volume, nos últimos três anos e sem elas a inflação superaria 30% ao ano.

A queda dos preços do óleo pressionará os exportadores, cujas economias passarão a crescer menos, mas beneficiará os importadores. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, notou que um corte da produção de petróleo seria "mau para a economia mundial".

No passado, decisões de corte da Opep foram ignoradas pelos países membros da organização, ante a aguda necessidade de dólares. É possível que isso se repita agora.

Os dados do relatório do mercado de petróleo da Agência Internacional de Energia (IEA), divulgado anteontem, mostram a volatilidade sem precedentes dos preços do óleo. E esses caíram, em setembro, apesar da diminuição da oferta de 300 mil barris/dia e da queda de 5,1 milhões de barris dos estoques dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O motivo é a queda de cerca de 500 mil barris/dia da demanda global estimada pela IEA para 2008 e de 400 mil barris/dia projetada para 2009. O relatório tomou por base o Panorama Econômico Mundial, apresentado quarta-feira pelo FMI.

A queda dos preços do petróleo ajuda o Brasil, que importa mais do que exporta, mas não ajuda a Petrobrás. Se persistir, a queda poderá afetar os projetos de exploração do pré-sal.

Estadão

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