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segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Combinaram com o povo?

Na opinião de OGlobo de hoje,

Sem milagres


A economia brasileira funcionou como laboratório de experimentos heterodoxos até a execução do Plano Real, a partir de 1994. Depois que a inflação decolou novamente, no final do governo Médici, na ditadura militar, ainda na década de 70, até o Real, passando-se pelo ciclo de explosão descontrolada dos preços na fase final do regime (governo Figueiredo) e na redemocratização (Sarney), experimentou-se de tudo.

Congelamento de preços, políticas cambiais intervencionistas as mais diversas, tablitas, troca de moedas — tudo em vão. Até que o Plano Real estabilizou a moeda, ancorando-a no dólar. Mais tarde, em 1999, essa âncora, como se previa, ficou superada, e o dólar passou a flutuar. Estabeleceu-se, ainda, a política de metas de inflação. Por ela, a autoridade monetária (Banco Central) é autorizada a perseguir um alvo predefinido, de conhecimento geral, e que serve de referencial para os formadores de preço.

O êxito dessa política, adotada em vários países do Primeiro Mundo, é indiscutível. Debate-se a dosagem usada no emprego da política monetária, os juros. Pode ter havido algum excesso nesse aspecto, mas há previsões de que a inflação até ficaria abaixo da meta ajustada para 2005 (5,1%), e existem grandes chances de se atingir o alvo de 4,5% em 2006.

Outra questão polêmica é o câmbio. O forte ciclo de expansão mundial tem gerado superávits comerciais, e mesmo em conta corrente (comércio e serviços), recordes. Somado à entrada de dólares nos mercados financeiro e de ações, esse fluxo de ingresso de divisas tem valorizado o real, pois o câmbio é flutuante. O que ajuda a derrubar a inflação, mas reduz a competitividade das exportações. Que, no entanto, não param de crescer.

Nesse debate, não faltam propostas que lembram os tempos da heterodoxia. Afinal, ainda é baixa a confiança nos mercados. Mas esses anos de uma economia mais aberta ao exterior, com menos intervenção e controles, demonstram que o país ganha musculatura para resistir aos trancos das correções de rumo normais nos ciclos econômicos. Sem milagres e medidas heróicas.


Serão que não estão esquecendo o principal?

Estão esquecendo do povo? Os gastos públicos traduzem benefício à sociedade? A carga tributária não será reduzida? O desperdício não será combatido?

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